domingo, 31 de julho de 2011

Um Pouco de Tudo

Album: Virgo (2001)
Artista: Andre Matos e Sascha Paeth
Gravadora: ?
Gênero: Ver explicação no post.
Track List:
1 - To Be 6:03
2 - Crazy Me 4:10
3 - Take Me Home 6:10
4 - Baby Doll 3:31
5 - No Need to Have an Answer 4:44
6 - Discovery 3:38
7 - Street of Babylon 6:14
8 - River 3:47
9 - Blowing Away 3:47
10 - I Want You to Know 3:35
11 - Fiction 3:53




Andre Matos é o consagrado músico brasileiro, que se destacou desde criança como um competente cantor e pianista. Passou pelas bandas Viper, aos 13 anos, junto com Ivis Passarel do Capital Inicial, onde com a idade de 15 anos já haviam gravado seu primeiro disco e com o segundo, 2 anos depois fariam tours pela Europa e Japão; Angra, da qual foi membro fundador, Shaman, que fundou junto a dois companheiros que saíram do Angra junto a Andre em 2000 e desde 2006 se dedica a carreira solo, que leva seu nome e atualmente está envolvido em um projeto chamado Symphonia, junto a ex-músicos das bandas Stratovarius, Gamma Ray e Helloween. Considerado um dos melhores vocalistas de heavy metal do mundo, já chegou até mesmo a dividir palcos com Bruce Dickinson do Iron Maiden.

Sascha Paeth é o lendário multi-instrumentalista e produtor musical alemão que chefia os studios Gate e Pathway, tendo trabalho com gigantes da música, em especial do ramo do heavy metal. Teve passagem pela banda Heaven's Gate que formou e com quem trabalhou em seu studio. Se destaca em especial como guitarrista.

O encontro que resultaria neste brilhante album, veio de quando Andre deixou o Angra, que havia gravado discos na alemanha nos studios de Sascha. Sendo convidado pelo mesmo, Andre e Sascha se puseram a criar uma obra totalmente inusitada, distante do que os dois tinham costuma de trabalhar. Para os que conhecem Andre, esqueçam do heavy metal que estão acostumados.

Virgo é um album que passeia por várias sonoridades e gêneros diferentes (razão pela qual não coloquei acima o gênero). Há elementos de Rock, Pop, Blues, Jazz, Soul Music e até mesmo Eletrônico. Os músicos fizeram as gravações ao vivo em studio, com todos tocando juntos e interagindo diretamente. Também houve a participação de uma orquestra da mais fina Soul Music.

As músicas são singulares. Ouvir o album na íntegra é passear por várias sensações e universos diferentes. Literalmente uma viagem. As letras ficaram por conta de Andre, que apresentou um trabalho muito maduro, com uma linguagem um pouco mais humana e sentimental, e não tão mística quanto o que se via no Angra e no Viper. A primeira faixa To Be, é um rock progressivo, que intercala entre belos acordes de piano e nervosos solos de guitarra. Crazy Me está ainda no que To Be nos deixa, mas já começa a se tornar algo mais "badalado". Take Me Home, a terceira faixa, é a primeira grande mudança. Uma mistura de Soul, Jazz e Blues, com um pegada mais de atitude e uma harmonia mais presente. Baby Doll, nos transporta novamente, pro universo do pop e do hard rock, sendo uma das faixas mais populares do album, é bem animada e pegajosa. No Need to Have an Answer mais uma vez nos carrega, e dessa vez descemos no pop bem romântico mesmo, sendo a música mais melosa de todo o album. Discovery nos mantem no pop mais dessa vez com outros elementos, como gaitas. Street to Babylon, é a novidade na minha opinião, uma música eletrônica, balada, bem interessante de se ouvir e muito boa por sinal. River, é outra linda balada, com uns tremendos agudos de Andre, possivelmente os mais altos que já ouvi, salvo a música Reaching Horizons do Angra, que pelo amor, ques agudos! Blowing Away é mais uma balada mas dessa vez mais pesada e animada. I Want you to Know é uma balada mais séria, com uma construção mais planjeada e mais desenvolta. Por fim Fiction nos coloca no bom e velho blues, sem firulas, dando um toque final a esta impecável obra de dois gigantes da música. Um som de respeito que infelizmente não teve muito destaque na mídia, mas que dificilmente vai ser mal dito por aqueles que o ouvirem.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Boa Década de 90

Album: The Southern Harmony and Musical Company (1992)
Artista: The Black Crowes ( Chris Robinson [Vocais], Rick Robinson [Guitarra], Marc Ford [Guitarra], Johnny Colt [Baixo], Steve Gorman [Bateria], Eddie Harsch [Teclados] )
Gravadora: Def American
Gênero: Hard Rock
Track List:
1 - Sting Me 4:39
2 - Remedy 5:22
3 - Thorn on my Pride 6:03
4 - Bad Luck Blue Eyes Goodbye 6:28
5 - Sometimes Salvation 4:44
6 - Hotel Illness 3:59
7 - Black Moon Creeping 4:54
8 - No Speak No Slave 4:01
9 - My Morning Song 6:15
10 - Time Will Tell 4:08



Este ano 3 bandas mudaram meu pensamento e minha linguagem musical, eu diria. Duas delas eu já comentei aqui. O INXS e o Free. Esta é a terceira banda que revolucionou meu gosto. O Black Crowes é uma banda de rock americana formada em 1989. Com o segundo album, este que lhes falo, a banda dos irmãos Robinson subiu a fama e foi considerada como uma das melhores bandas americanas que surgiram na década de 90. Receberam vários prêmios e foram homenageados pela Melody Maker como "A Banda Mais Rock n' Roll do Mundo". Com o sucesso, a banda abriu para vários gigantes, como Dave Mathews, Aerosmith, Heart e Robert Plant. Com uma vendagem de mais de 30 milhões de discos, a banda está em 92º na lista dos "Maiores Artistas de Rock da História".

O Black Crowes começou como uma banda cover de blues dos
anos 70 e teve a passagem de vários músicos, mas a força que impulsionava a banda a frente foi sempre os irmãos Robinson. Com influências como Rollings Stones, a banda se pôs a lançar seu próprio som com a nova formação que citei acima. Em 1992 foi lançado The Southern Harmony and Musical Company.


O Southern Harmony foi o album que fez o Crowes decolar. Com a boa produção e as participação de grandes produtores e do ex-tecladista da lendária banda americana sulista, The Allman Brothers Band, Chuck Leavell, o album lançou vários singles que adentraram as baladas e aos charts da Billboard. Entre eles estão as músicas Sting Me, Remedy, Sometimes Salvation e Hotel Illness. Dentre essas, Sometimes Salvation ficaria a mais conhecida música da banda. O album quebrou vários recordes, como o de ser o primeiro album de rock a colocar 4 músicas em primeiro lugar nos charts. As guitarras também foram muito elogiadas e o album foi considerado um das 100 melhores gravaçoes de guitarras.

O som de The Southern me remete a bandas como, Guns n' Roses, Free e Led Zeppelin. Eu diria que a pégada é tipicamente sulista, com aquele apelo hillbilly, aquela linguagem blues e a adição de alguns elementos como backing-vocals de negros e gaitas, o que afirma tudo isso. O album em si vai desde as pegadas mais marcantes e pesadas como Sting, Remedy e Hotel Illness. Mas também passa pelas baladas bem trabalhadas, Thorn on my Pride, que hoje em dia marca presença nas rádios, como por exemplo a Kiss FM brasileira, e Sometimes Salvation. Bad Luck Blue Eyes Goodbye é aquele som pra se relaxar, com riffs marcantes mas bem lentos e sonoros, pra mais criar um clima do que dar uma levada. Black Moon Creeping, No Speak No Slave e My Morning Song já nos tráz de volta a pegada hard rock, com distorções mais ousadas e agressivas e marcações de gaitas e vocal mais sujo. A última faixa do album, Time Will Tell, acredito que alguns tenham pensado nisso, é sim, um cover do Sr. Bob Marley. Mantendo a pegada reggae, com a adição dos vocais negros e a presença de Chris Robinson que possui um vocal que eu classificaria como não muito técnico mas o noivo perfeito pro som que o Crowes propõe. As guitarras se garantem com riffs muito bem elaborados e diversificados, sem muita repetência de uma faixa para outra. Uma obra de arte dos grandes anos 90 que nós deixam várias saudades até hoje.



Uma curiosidade sobre o Crowes. A banda veio a ser muito conhecida também por ter feito shows junto ao ex-Led Zeppelin, Jimmy Page. A união em questão foi para dois shows em Nova York que depois tiveram um lançamento ao vivo, mas por razões burocráticas não foram colocadas no album as músicas tocadas junto a Page. Tal acontecimento levou a banda a fazer uma tour ainda maior e mais planejada junto a Page e a banda The Who. Seguido desta tour, o vocalista Chris Robinson se casou com a belíssima atriz de cinema Kate Hudson (Como Perder um Cara em 10 Dias e Noivas em Guerra).

domingo, 17 de julho de 2011

Ele, e Ele Mesmo

Album: Conversations With Myself (1963)
Autor: Bill Evans
Gravadora: Verve
Gênero: Jazz
Track List:
1 - Round Midnight 6:33
2 - How About You ? 2:48
3 - Spartacus Love Theme 5:08
4 - Blue Monk 4:32
5 - Stella By Starlight 4:50
6 - Hey There 4:29
7 - N.Y.C No Lark 5:34
8 - Just You, Just Me 2:35






Sinto minha mão pesada ao escrever este post. É um grande prazer, e ao mesmo uma grande responsabilidade falar deste músico e deste trabalho fenomenal que aqui lhes apresento. William John Evans, conhecido como Bill Evans, é um virtuose pianista que interpretou de uma forma impressionante e inventiva as canções de jazz de sua época. Seu jeito desapegado a ritmos constantes e sua desenvoltura, tanto como instrumentista como cantor das linhas melódicas influenciaram uma geração de gigantes do piano, entre os quais estão, Chick Corea, Herbie Hancock e John Taylor, entre outros. Sua música até hoje inspira vários jovens pianistas e é um incentivo para vários outros começarem. É considerado por muitos como o mais influente pianista de Jazz do periodo pós segunda guerra

Bill Evans nasceu em New Jersey, nos EUA e começou suas lições de piano na igreja de sua mãe, que era uma pianista amadora e admiradora de música clássica. Evans começou aos seis anos seus estudos em piano clássico. Aos 12 anos se juntou a um grupo com seus irmãos e começou a interpretar obras clássicas, que para a boa conduta, exigiam que fossem tocadas na "risca", assim como escrito nas partituras. Aos 13 já era um flautista talentoso e também conhecia o violino. . Quando Evans se aprofundou nos estudos de harmonia e ritmica, aprendeu a alterá-las e realizar improvisos. Ao mesmo tempo estava estudando música dance e jazz em casa. Na década de 40, tocou em vários clubs nova iorquinos, o Boogie Woogie. Estudou música na Southeastern Louisiana University e se formou pianista e professor. Foi também um dos fundadores do SLU's Delta Omega Chapter da Phi Mu Alpha Sinfonia.



Ainda na década de 40, Evans tocou junto a vários grandes nomes do jazz mas parou por ter sido convocado ao serviço militar. Ao retornar no final da década, estudou composição na Mannes Colege of Music. Na década de 50, tocou novamente a grandes nomes do jazz. Em 1958, foi contratado para participar no famoso sexteto de Miles Davies. Dessa união nasceu o que muitos considerão a maior contribuição para a linguagem jazzista, dado que o estilo de Bill Evans influenciou o estilo de Miles Davis e os feitos dos dois nesta época foram memoráveis. Miles Davies cita Evans: "Eu aprendi muito com Bill Evans, a forma como ele toca o piano, é a forma como o piano deveria ser tocado." Nesta época também, foi quando Evans se aproximou profundamente das drogas.

Em 1963 veio o album o qual recomendo, Conversations With Myself. Foi o primeiro album solo de Evans, no contrato com a Verve, e nele Evans interpreta clássicos de jazz, de sua forma, com o piano em overdub e tocando tem 3 linhas diferentes para a mesma peça e depois as juntando. Foi o album que levou Evans a seu primeiro Grammy Award. As peças são todas instrumentais e é como todo bom album instrumental, um album de sensações. A harmonia e a levada são incomentáveis. A interpretação de Evans cria um ambiente, um universo a onde as notas se encaixam para fazer sentido. Em cada música se transmite um sentimento que passa desde o descontraimento do jazzista até a relação profunda de paixão e os temas de calma e outra vezes os de inquietação. É o tipo de coisa para se colocar pra tocar e se deixar pensar ao que os próprios pensamentos se guiarem Aclamadíssimo pela comunidade jazzista, mas não deixou de ser considerado por vezes um album dificil, dado a complexidade harmônica. Ainda assim, o album ganhou várias premiações do jazz e muito respeito. Um albúm fabuloso de um pianista fabúloso que só sendo ouvido pode ser entendido.


Poderia passar horas aqui comentando sobre esse que foi um dos maiores músicos da época atual. Me limitei a o início de sua grandiosa carreira e ao album que considero ser interessante para todos que desejam conhecer mais do trabalho deste ícone. Embora uma lenda e de sucesso indubtável, Bill Evans tinha um sério problema com drogas, em especial heroína e cocaína, problema que foi agravado em sua época de estrada com Miles Davies. Exauriu riquesas e chegou a penhorar instrumentos em troca de drogas. O grande amigo de Evans, Gene Lees, considerou sua morte como o 'suicídio mais longo da história" dado a vida de Evans em meio as drogas. No dia 15 de Setembro de 1980 o corpo de Evans não suportou mais e cedeu a uma cirrose hepática e uma ulcera. Deixou um legado virtuosíssimo e é considerado uma escola para o estudo de jazz e piano.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Tron : O Legado (2010)




Gênero: Ação/Ficção
Título Original: TRON: Legacy (USA)
Ano:2010
Estreia: 17 de dezembro de 2010
Diretor: Joseph Kosinski
Roteiro: Edward Kitsis, Adam Horowitz
Elenco: Jeff Bridges, Garrett Hedlund, Olivia Wilde, Bruce Boxleitner










Tron é um filme que só pela franquia já desperta interesse. Apesar da sua primeira versão não ter feito tanto sucesso logo na estreia, ele pode ser considerado uma grande referência de cultura da sétima arte. Um dos primeiros filmes a usar "efeitos especiais", Tron mostrava um universo no qual Kevin Flynn (Jeff Bridges), um desenvolvedor de softwares, acaba dentro do sistema e tem de enfrentar uma Inteligência Artificial que controla o sistema e pretende eliminá-lo junto de outros programas.


Podemos resumir a história dizendo que tudo fica feliz, junto do programa Tron (Bruce Boxleitner), Kevin consegue restaurar o sistema e tomar o controle da empresa que havia criado, a Encom. Ae que o filme que avalio começa, Kevin está a frente da empresa, mas de repente ele desaparece e um mistério inicia-se, seu paradeiro. Seu filho sem superar bem o desaparecimento do pai se torna um herdeiro um tanto quanto rebelde e sempre prega peças na diretoria da sua empresa para de certa forma passar adiante as mensagens do seu pai.

As coisas esquentam quando um amigo de seu pai indica que tinha recebido uma mensagem vindo de sua loja de fliperamas e avisa que ele deve averiguar e talvez descobrir algo. E sim, ele descobre. Seu pai está dentro do sistema novamente e por todos esses anos enfrenta a tirania de sua própria criação, CLU. Com esse enredo o filme se sustenta por inteiro.


Dentro do sistema Sam Flynn (Garrett Hedlund) tenta de qualquer forma voltar ao mundo real junto de seu pai, enquanto enfrenta os perigos causados pela perseguição de CLU. O auxílio da bela Quorra (Olivia Wilde) as cenas são belíssimas e mostram um real avanço da primeira amostra de computação junto a filmes.

A trilha sonora é preparada pela dupla Daft Punk e rende a aparição dos mesmos durante um cena, já que o visual é bem compatível. Ao meu ver esse filme é a tentativa, bem sucedida, de reviver a franquia sem fazer um remake e sim criar uma história compatível que levaria ao mesmo universo e traria a tona os mesmos elementos. Ótima opção para um fim de semana em que a beleza das imagens, a nostalgia de uma história consolidada há décadas e uma trilha sonora vibrante sejam pontos procurados. Com essa crítica totalmente tendenciosa a elogiar o filme, ae vai o trailer.

domingo, 10 de julho de 2011

O Avesso de seu Universo

Album: Universo Inverso (2006)
Autor: Kiko Loureiro
Gravadora: Victor Entertainment
Gênero: Jazz Fusion
Track List:
1 - Feijão de Corda 5:34
2 - Ojos Verdes 6:26
3 - Havana 5:27
4 - Anastácia 6:18
5 - Monday Mourning 4:21
6 - Arcos da Lapa 4:19
7 - Samba da Elisa 4:39
8 - Caminho a Casa 5:21
9 - Realidade Paralela 5:44
10 - Recuerdos 4:41




Pedro Henrique "Kiko" Loureiro é o virtuosíssimo guitarrista da banda de Heavy Metal brasileira, Angra. Sendo reconhecido mundialmente, é também considerado por muitos como o melhor guitarrista do Brasil. É multi-instrumentalista e compositor. Começou a estudar a guitarra com 13 anos e logo se pôs a aprender os riffs de seus admirados, nomes como Eddie Van Halen, Jimi Hendrix, Jimi Page e Randy Rhoads. Após isso seguiu para o IG&T e estudou por cinco anos com Mozart Mello. Neste período tocou profissionalmente nas casas noturnas de São Paulo e participou de algumas bandas, como A Chave, de Edu Ardanuy (Dr. Sin). Nesta fase Kiko conheceu o luthier Seizi Tagima, e juntos desenvolveram o protótipo da guitarra "Tagima Zero".



Após este tempo, se filiou a banda Angra e desde então se dedica quase que integral a banda, com excessão de seus albuns solos. Teve seu nome vinculado a várias marcas, principalmente a "Tagima Guitars", e também tem um modelo assinatura com vendas exclusivas no Japão, pela marca "Stafford". Foi colunista durante um ano e capa por duas vezes da revista japonesa "Young Guitar", colunista e capa das revistas "Guitar & Bass" e "Cover Guitarra" e teve uma matéria publicada na "Guitar Player" americana em outubro de 2007, dentre outras publicações, e também foi eleito melhor guitarrista do mundo pela revista "Burrn!"



Universo Inverso é o segundo album solo da carreira de Kiko. A maior curiosidade é que o album foge das raízes do músico e o levou a trabalhar com Jazz Fusion, junto a músicos profissionais de outros gêneros, diferente do que o guitarrista tinha costume. As músicas trazem também vários temas latinos e brasileiros. O album é inteiramente instrumental e foi gravado junto ao grupo brasileiro de Jazz, "Point of View" (Cuca Teixeira [Bateria], Carlinhos Noronha [Baixo] e Yaniel Matos [Piano]).

O album sofre forte influência da bossa nova, apresentando acordes dissonantes e tempo incomum (10/8). As músicas são principalmente compostas por melodias feitas pela guitarra e pelo piano. Não há distorções agressivas, típicas do Rock. É a típica guitarra jazz, com uma boa lembrança do que se ouve em Salsa e Merengue. Há grande destaque para o baixo e a bateria, que trazem uma harmônia muito complexa e marcante. Por se tratar de um album instrumental, fala-se mais aqui em sensações do que em mensagens.

Tive o prazer de participar de um workshop na cidade de São Sebastião do Paraíso, MG, onde Kiko Loureiro falou em especial de "Universo Inverso". O músico destacou o prazer, e dificuldade, de se trabalhar com estilos fora do que estamos acostumados. Ainda mais algo complicado como Jazz Fusion. O músico comentou a dificuldade dos tempos e de como encaixar os solos ao longo das progressões. Destacou também, em especial, o apoio e paciência dos músicos do "Point of View" que ajudaram a compor esta obra inusitada.

Com certeza uma boa pedida para os amantes da música típica brasileira, jazz e samba.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Segundas Intenções (1999)


Gênero:Drama/Romance
Título Original:Cruel Intentions (USA)
Ano: 1999
Estreia: 11 de junho de 1999
Diretor: Roger Kumble
Roteiro: Roger Kumble, Choderlos de Laclos (Livro)
Elenco: Reese Whiterspoon, Ryan Phillippe, Sarah Michelle Gellar, Selma Blair.










Quando comecei a pensar sobre o blog a intenção era colocar tanto filmes recentes (últimos 5 anos) quanto os dinossauros (Não imagino uma data pra classificar isso). Esse é meio que no meio, não é nenhum pouco recente, mas também não consigo dizer que ele é tão velho. Com 12 aninhos, o filme ainda me agrada e é um bom drama adolescente.

A história não é complicada, temos Sebastian (Ryan Phillippe) e Kathryn (Sara Michelle Gellar) dois garotos muito ricos que são irmãos dado o fato que o pai de um se casou com a mãe do outro. A diversão de Sebastian é enganar mulheres para levá-las para a cama e sua irmã não se mostra muito diferente.

Os dois estão de férias e nesse período dois acontecimentos encorpam a história toda: A chegada de Cecile  (Selma Blair) e de Annette (Reese Whiterspoon). A primeira é a garota que tirou o ex-namorado de Kathryn por ser toda inocente (e tapadaça), o que motiva a vontade de vingança da mesma, enquanto a segunda é alvo de Sebastian, filha do futuro diretor do colégio onde ele estuda, ela será o seu troféu.

Com isso rolando, Kathryn propõe uma pequena aposta: se Sebastian conseguir acabar com a imagem de boa moça de Annette, ele ganha a sua irmã como prêmio, caso contrário ele terá que ceder seu carro. A partir dae começam a rolar muitas cenas em que o título é bem empregado, usando da malícia os dois irmãos se mostram manipuladores e se envolvem cada vez mais com a situação.

Segundas intenções é um filme antigo que pode ser chamado de Malhação imprópria para menores devido a quantidade de exposição a temas adultos e que recriam um universo pervertido no qual se encontram os personagens. Com uma trilha sonora que varia de bons títulos como Bittersweet Symphony e Praise You do The Verve e Fatboy Slim até sons que lembram fundo de filme pornô, figura entre um filme notável da época em que foi lançado, pois além da história ser interessante o elenco é uma boa base para os trabalhos dos anos 2000.

domingo, 3 de julho de 2011

And You Wise Men Don't Know How it Feels, To be...

Album: Thick as a Brick (1972)
Autor: Jethro Tull ( Ian Anderson [ vocais, violão, flauta, saxofone, violino e trompete], Martin Barre [guitarra], John Evan [piano, orgão e harpa], Jeffrey Hammond [baixo e vocais], Barriemore Barlow [bateria, percussão e tímpanos]).
Gravadora: Island Records e Reprise Records (apenas nos EUA).
Gênero: Rock Progressivo
Track List:
1 - Thick as a Brick Pt.1 - 22:45
2- Thick as a Brick Pt.2 - 21:05








Jethro Tull é uma banda formada em Blackpool, Inglaterra, em 1967. Jethro Tull é o nome do agricultor famoso que inventou a semeadeira. Inicialmente calcado no estilo blues rock, a banda depois adicionou elementos da música folk, clássica e do jazz. A banda a princípio passou por várias reformulações e mudanças de nome. A princípio a banda contava com o guitarrista Mick Abrahams que decidiu se separar e formar seu próprio grupo blues (Blodwyn Pig). Abrahams o fez por discordar do que o Jethro Tull estava tendendo, com a mistura de folk, jazz e outros elementos. Já Anderson, ja concretizado nos vocais, considerava o blues limitado, em expressão e idioma (inglês), e que o blues só podia atingir a "classe média" da população. O estilo progressivo foi consolidado no álbum Stand Up (1969), composto inteiro por Ian Anderson, com excessão do cover em forma de jazz da música Bouree, de Bach. Após isso a banda alcançou notoriedade, não só pela qualidade musical, mas pela incomum performance de palco de Anderson, que além de tocar vários instrumentos, possuia presença teatral.

Thick as a Brick nasceu em 1972. Antes que meus queridos leitores se questionem se não escrevi este post chapado e me esqueci das músicas do album, ja digo que não meus amigos. O album realmente possui apenas duas faixas, que são uma única música de 43 minutos. Na época, um vinil ininterrupto a não ser pela nescessidade de trocá-lo de lado. Ainda assim, a música é uma construção grande, e muito bem trabalhada, com vários instrumentos, solos, harmonias e é como se ao mesmo tempo estivessemos ouvindo várias músicas, ou um album inteiro mesmo. Mas assim como em uma opera rock, existem alguns temas que se repetem ao longo da música. Em especial um que é motivo de toda a obra. O album foi feito sobre uma idéia conceitual. Ian Anderson estava revoltado pois a imprensa taxou o album anterior, Aqualung, como um album conceitual, o que Anderson discordou fervorosamente. Sendo assim, Anderson decidiu criar um album conceitual que misturasse toda a idéia que o Jethro Tull tentava transmitir.


Thick as a Brick é um poema escrito por um garoto fictício chamado Gerald Bostock, conhecido como Little Milton. O poema falava sobre as dificuldades de se envelhecer e de se ter postura e atitude para lidar com a vida. O garoto condenava a atitude dos velhos, de se acharem mais sábios que os jovens e de terem o direito de lhes ensinar a boa conduta, sendo que estes por muitas vezes eram os imorais e pessoas sem crença na boa ventura do mundo e nos prazeres da vida. Toda o protesto do garoto culmina na frase motivo da obra, "and you wise men don't know how it feels, to be thick as a brick" (e vocês homens sábios não sabem como é se sentir duro como um tijolo).


O album foi sucesso absoluto, alcançando o topo dos mais vendidos nos EUA. O sucesso foi tamanho que chegou a se acreditar que o garoto, Gerald Bostock realmente existia e que era um gênio precoce. Contudo o album foi escrito por Anderson, inteiramente. A versão vinil foi lançada com um encarte feito uma paródia com os tablóides locais, onde havia várias noticias do que causou o poema do garoto, entre outros contos, notícias e propagandas. Porém, quando lançado a versão asiática e da america latina, o encarte teve de ser reduzido por conta de custos de impressão. A maior parte do tablóide também se perdeu quando veio a versão em Cd, dado o tamanho do encarte que precisava ser reduzido.

A sonoridade é um prato cheio, dado as várias formas harmoniosas que a música assume ao longo do tempo. Você tem desde trechos que recordam um pouco a vida campestre, com violões e timbres que remetem a tranquilidade do campo, até guitarras e timbres distorcidos que nos remetem a agressividade da denuncia do garoto. Todo o fundo musical é preenchido por orgãos, teclados e arranjos marcantes. Há destaque de todos os instrumentos, na forma de solos ou condução mais precisa. Com um certo abuso para a flauta que é uma marca registrada do Tull. E ainda assim, dificilmente eu consideraria a obra toda enjoativa por conta de tempo ou o que quer que fosse. Não o diferenciaria de nenhum outro album com várias faixas, a não ser talvez pela qualidade, que é indubtável em Thick as a Brick. Realmente um album "Duro como um Tijolo".



Uma curiosidade sobre o Jethro Tull. Em 1968, quando Abrahams deixou a banda, o Tull foi convidado a tocar no lendário Rock n' Roll Circus do Rolling Stones. Com audições as pressas e dificuldade em encontrar um guitarrista substituto a banda estava quase a ponto de desistir quando algo curioso aconteceu. Na época o Black Sabbath, que se chamava Earth, ja na sua formação original, era uma banda de blues e tiveram a estranha idéia de ir até arenas onde grandes bandas se apresentariam, torcer para que as bandas faltassem e tocar no lugar. Acontece que mais estranho ainda foi que a idéia deu certo. O Tull tinha um show marcado na cidade onde a banda de Ozzy Osbourne e Tommy Iommi estavam estacionados aguardando a oportunidade, porem o onibus da banda quebrou e o Earth assumiu o lugar do Tull na noite. Ian Anderson chegou a tempo de se desculpar e ficou muito feliz em saber que uma banda daquela qualidade havia os substituido e gostou muito da performance de Tommy. Foi assim que Tommy acabou indo tocar com o Tull durante o Rock n' Roll Circus. Porém Tommy permaneceu apenas durante este show e retornou ao Earth que depois se tornaria Black Sabbath.


Cilada.com(2011)





Gênero: Comédia/Romance
Título Original: Cilada.com (Brasil)
Ano: 2011
Estreia: 8 de julho de 2011
Diretor: José Alvarenga Jr
Roteiro:Bruno Mazzeo, Rosana Ferrão.
Elenco: Bruno Mazzeo, Fernanda Paes Leme, Serjão Loroza, Carol Castro.








Acho que esse é o primeiro filme nacional que eu faço uma crítica no blog, e que filme para começar. Gosto bastante do cinema brasileiro e principalmente o que anda sendo criado recentemente. A qualidade cresceu notoriamente e assim possibilitou que obras de ação, drama, comédia e diversos gêneros tenham competência para buscar o público, com Cilada.com não é nada diferente.


O plano de fundo não é novidade, Bruno Mazzeo interpreta Bruno na série Cilada, exibida pelo canal Multishow inicialmente e posteriormente também pela Rede Globo como um bloco do Fantástico. A série aborda diversas situações pela qual o personagem principal passa pelas maiores ciladas possíveis. O grande desafio em produções que migram do formato TV para o cinema é não aparentar um super episódio e sim um longa metragem propriamente dito, mas também sem ir contra as premissas da série. Para isso o filme conta com um lado mais humano do protagonista, saem os comentários ácidos e as interpretações de seus pensamentos e entra um romance sem exageros.

Começamos com Bruno as vésperas de pedir sua namorada Fernanda (Fernanda Paes Lemes) em casamento dando a maior mancada possível. Ele a trai e também acaba humilhando-a publicamente com isso. Por vingança ela resolve liberar uma gravação dos dois na qual o "Brunão" não se sai muito bem. Como todo bom viral lançado na internet, o vídeo toma fama e dá início a várias tentativas de recuperação de reputação por meio de Bruno.

Com essa cilada armada o filme se desenrola com a mesma qualidade da série, um humor bem característico do Bruno Mazzeo que mostra que existem situações do cotidiano absurdamente engraçadas. O elenco de peso e as participações especiais dão um volume interessante a produção e tira o foco somente do personagem principal como visto na série.



Confesso que faltaram algumas referências ao como a vida do protagonista chega da série até onde começamos a acompanhar o filme, mas com isso é possível atingir também o público que não acompanhava o programa de televisão. Mas finalizando tudo posso dizer que com uma pitada bem regrada de romance em cima de um roteiro que me agradou bastante, Cilada.com é uma ótima opção para o curtir uma comédia no cinema, então veja o trailer logo abaixo, aguarde até a estreia e aproveite.