domingo, 17 de julho de 2011

Ele, e Ele Mesmo

Album: Conversations With Myself (1963)
Autor: Bill Evans
Gravadora: Verve
Gênero: Jazz
Track List:
1 - Round Midnight 6:33
2 - How About You ? 2:48
3 - Spartacus Love Theme 5:08
4 - Blue Monk 4:32
5 - Stella By Starlight 4:50
6 - Hey There 4:29
7 - N.Y.C No Lark 5:34
8 - Just You, Just Me 2:35






Sinto minha mão pesada ao escrever este post. É um grande prazer, e ao mesmo uma grande responsabilidade falar deste músico e deste trabalho fenomenal que aqui lhes apresento. William John Evans, conhecido como Bill Evans, é um virtuose pianista que interpretou de uma forma impressionante e inventiva as canções de jazz de sua época. Seu jeito desapegado a ritmos constantes e sua desenvoltura, tanto como instrumentista como cantor das linhas melódicas influenciaram uma geração de gigantes do piano, entre os quais estão, Chick Corea, Herbie Hancock e John Taylor, entre outros. Sua música até hoje inspira vários jovens pianistas e é um incentivo para vários outros começarem. É considerado por muitos como o mais influente pianista de Jazz do periodo pós segunda guerra

Bill Evans nasceu em New Jersey, nos EUA e começou suas lições de piano na igreja de sua mãe, que era uma pianista amadora e admiradora de música clássica. Evans começou aos seis anos seus estudos em piano clássico. Aos 12 anos se juntou a um grupo com seus irmãos e começou a interpretar obras clássicas, que para a boa conduta, exigiam que fossem tocadas na "risca", assim como escrito nas partituras. Aos 13 já era um flautista talentoso e também conhecia o violino. . Quando Evans se aprofundou nos estudos de harmonia e ritmica, aprendeu a alterá-las e realizar improvisos. Ao mesmo tempo estava estudando música dance e jazz em casa. Na década de 40, tocou em vários clubs nova iorquinos, o Boogie Woogie. Estudou música na Southeastern Louisiana University e se formou pianista e professor. Foi também um dos fundadores do SLU's Delta Omega Chapter da Phi Mu Alpha Sinfonia.



Ainda na década de 40, Evans tocou junto a vários grandes nomes do jazz mas parou por ter sido convocado ao serviço militar. Ao retornar no final da década, estudou composição na Mannes Colege of Music. Na década de 50, tocou novamente a grandes nomes do jazz. Em 1958, foi contratado para participar no famoso sexteto de Miles Davies. Dessa união nasceu o que muitos considerão a maior contribuição para a linguagem jazzista, dado que o estilo de Bill Evans influenciou o estilo de Miles Davis e os feitos dos dois nesta época foram memoráveis. Miles Davies cita Evans: "Eu aprendi muito com Bill Evans, a forma como ele toca o piano, é a forma como o piano deveria ser tocado." Nesta época também, foi quando Evans se aproximou profundamente das drogas.

Em 1963 veio o album o qual recomendo, Conversations With Myself. Foi o primeiro album solo de Evans, no contrato com a Verve, e nele Evans interpreta clássicos de jazz, de sua forma, com o piano em overdub e tocando tem 3 linhas diferentes para a mesma peça e depois as juntando. Foi o album que levou Evans a seu primeiro Grammy Award. As peças são todas instrumentais e é como todo bom album instrumental, um album de sensações. A harmonia e a levada são incomentáveis. A interpretação de Evans cria um ambiente, um universo a onde as notas se encaixam para fazer sentido. Em cada música se transmite um sentimento que passa desde o descontraimento do jazzista até a relação profunda de paixão e os temas de calma e outra vezes os de inquietação. É o tipo de coisa para se colocar pra tocar e se deixar pensar ao que os próprios pensamentos se guiarem Aclamadíssimo pela comunidade jazzista, mas não deixou de ser considerado por vezes um album dificil, dado a complexidade harmônica. Ainda assim, o album ganhou várias premiações do jazz e muito respeito. Um albúm fabuloso de um pianista fabúloso que só sendo ouvido pode ser entendido.


Poderia passar horas aqui comentando sobre esse que foi um dos maiores músicos da época atual. Me limitei a o início de sua grandiosa carreira e ao album que considero ser interessante para todos que desejam conhecer mais do trabalho deste ícone. Embora uma lenda e de sucesso indubtável, Bill Evans tinha um sério problema com drogas, em especial heroína e cocaína, problema que foi agravado em sua época de estrada com Miles Davies. Exauriu riquesas e chegou a penhorar instrumentos em troca de drogas. O grande amigo de Evans, Gene Lees, considerou sua morte como o 'suicídio mais longo da história" dado a vida de Evans em meio as drogas. No dia 15 de Setembro de 1980 o corpo de Evans não suportou mais e cedeu a uma cirrose hepática e uma ulcera. Deixou um legado virtuosíssimo e é considerado uma escola para o estudo de jazz e piano.

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