domingo, 13 de maio de 2012

"Sweet Electric Love Child"

Album: Tangled in Reins (1992)
Artista: Steelheart (Miljenko "Michael" Matijevic [Vocais], Chris Risola [Guitarras], Frank di Constanzo [Guitarras], John Fowler [Bateria] e James Ward [Baixo])
Gênero: Hard Rock
Gravadora: MCA Records
Track List:
1 - Loaded Mutha  5:43
2 - Sticky Side Up  4:32
3 - Electric Love Child  6:27
4 - Late for the Party  4:17
5 - All Your Love  6:53
6 - Love 'Em and I'm Gone  4:43
7 - Take me Back Home  4:43
8 - Steelheart  5:43
9 - Mama Don't You Cry  5:51
10 - Dancin' in the Fire  3:49

 Pessoas, há injustiça no mundo, e como a música faz parte do mundo, é uma verdade que há injustiça na música. O que explica sons de fineza serem deixados de lado enquanto trabalhos sem apego a qualquer nível de qualidade são vendidos e exaltados pela mídia moderna, eu sinceramente não sei dizer. O que eu posso dizer é que tem bandas que foram muito subestimadas ao longos dos anos. Se olhar a fundo nos bastidores do mundo da música, existiram promessas que poderiam ter realizado verdadeiras revoluções na história da música. O que explica isso então, de elas não terem vingado ? Talvez estivessem a frente de seu tempo, ou atrasadas ? Talvez o mundo não estivesse preparado para elas ? Enfim não é aqui que iremos discutir isso. Aqui iremos discutir o Steelheart.

  O Steelheart é uma banda de hard rock americana de Connecticut com um som bem característico, com as baladas românticas e o divertido clima do hard rock, pesado e animado. Outro grande destaque são os vocais e seus agudos impossíveis, feitos por Mike Matijevic. As guitarras também merecem comentários mas com os vocais de Mike a frente, cabe recordar que levou-se um tempo para elas receberem a devida atenção. A banda estourou no Japão, assim como várias outras na época, e em outras partes do continente asiático. Tiveram também singles entre as primeiras posições dos principais charts, mas com a invasão grunge, a banda ficou meio que deixada de lado.

 

  Mesmo fora do mainstream o Steelheart mostrou que não era brincadeira e lançou um disco memorável, Tangled in Reins, que trouxe uma concepção de hard rock não inovadora, mas mostrando a capacidade e a audácia do estilo em níveis altos. Neste disco, Mike alcançou suas notas mais altas na música "Steelheart" e mostrou a total extensão de seu vocal. Neste disco também, a banda lançou uma de suas maiores baladas "Mamma, Don't you Cry", um tremendo sucesso em Hong Kong e no Japão. Esse single rendeu ao grupo um MTV Unplugged em Hong Kong. Outras músicas notáveis do disco são "Sticky Side Up", "Loaded Mutha", "Electric Love Child" e "Everybody Loves Eileen" , tendo está última um clip.

  Infelizmente um triste acidente envolvendo uma estrutura insegura de palco feriu gravemente Mike que ficou afastado por muito tempo dos palcos. Esse foi o fim do Steelheart em sua formação clássica. No futuro Mike voltaria com outros companheiros, mas com uma voz incompleta e com menos audácia. Ainda assim, o grupo lançou baladas conhecidas e "We All Die Young", fruto dessa época, foi escolhida para ser parte da trilha sonora do filme "Rock Star", com Mark Walhberg e Jennifer Anniston. Mike também foi convidado a fazer alguns vocais do filme.



  Esse disco mostra tudo que o Steelheart foi e poderia ter sido. Uma banda que foi subestimada quando estava em sua expressão máxima e que depois foi forçada a parar por um infeliz destino. Espero que gostem assim como gostei e vai ai um exemplo do que se pode encontrar neste disco:



terça-feira, 8 de maio de 2012

"Holy fire burns again, the magic circle is all around it"

Album: Ritual (2002)
Artista: Shaman (Andre Matos [Vocal], Luís Mariutti [Baixo], Hugo Mariutti [Guitarra] e Ricardo Confessori [Bateria])
Gênero: Heavy Metal
Gravadora: Universal Music
Track List:
1 - Ancient Winds  3:16
2 - Here I Am  5:56
3 - Distant Thunder  6:22
4 - For Tomorrow  6:47
5 - Time Will Come  5:32
6 - Over Your Head  6:37
7 - Fairy Tale  6:56
8 - Blind Spell  4:34
9 - Ritual  6:37
10 - Pride  4:11

 Ola pessoal, já tem um bom tempo que não dou as caras hein ? Quero pedir desculpas. Ultimamente estou passando por um desconforto físico e ficou um pouco caótico meu dia a dia, mas as coisas já estão se normalizando. Mas com esses acontecimentos, acabei por decidir que não postaria mais toda semana, mas quando tiver alguma idéia legal em mente. Espero que entendam. Para as 40 tantas pessoas que tem visitado as publicações um agradecimento, mesmo sem saber quem são a maioria, é por vocês que mantenho a vontade de continuar escrevendo.

 Voltando, estou aqui com um som brasileiro, um som de qualidade que mostra todo o potencial do heavy metal nacional. As vezes incompreendido, pois ja vi muitas críticas do tipo, "já que é brasileiro, porque não cantar em português ? ", mas isso é questão de estética. Você não vê muitos sambas em inglês, vê ? Bandas como Beirut ou o próprio Frank Sinatra se dispuseram a aprender nossa linguá para poder se aventurar pelas linhas do samba.


 O Shaman é uma banda do fim dos anos 90, formada por ex-músicos da banda Angra que queriam continuar trabalhando juntos. Nasceu como um projeto solto e acabou por se tornar forte para ser uma banda. O Shaman começou tocando sons do próprio Angra, mas depois enveredou em suas próprias idéias.

 O disco Ritual, primeiro disco do grupo, foi um estouro já de cara e mostrou que o Shaman estava preparado para ser uma das melhores bandas do Brasil e rivalizar internacionalmente com grandes nomes do Heavy Metal. O próprio Iron Maiden realizou uma tour européia com o Shaman como banda parceira.

O disco tem como tema vários religiões indígenas e shamanistas, e seus costumes. Shaman se refere a uma figura que enxerga a verdade e se comunica com a natureza. O som se constrói em cima de versos e linhas que remetem a figuras misticas, mas não perde nem um pouco do embalo do Heavy Metal. As músicas tem bases rápidas e contínuas, o que é visto em "Here I Am", "Distant Thunder" e "Blind Spell", mas também há as baladas românticas e melancólicas como "Fairy Tale", que é a música mais famosa do disco. Os arranjos orquestrados estão presentes, mas há também os arranjos de sons tribais e de costumes pagãos, para dar o clima.


Este disco é genial, uma das melhores obras produzidas no Brasil nos últimos tempos. Uma obra realmente única. Após este disco, o Shaman continuou e lançou mais um disco com esta formação (Andre, Luís, Hugo e Ricardo). Depois deste segundo disco os músicos se separaram e apenas Ricardo continuou. Dessa nova fase eu não tenho conhecimento, pois não acompanhei. Espero que gostem, segue ai o clip da música "Fairy Tale".